Hoje já não estás aqui.
Hoje só me resta escrever-te... E daí, será que me ouves? Que lês?
Tenho tantas saudades tuas. Já se passaram quase 5 meses e a dor permanece inteira, a mesma. Pensei que com o tempo me pudesse vir a conformar com a tua partida, mas não aconteceu. Todos os dias me lembro de ti. Em qualquer conversa és falado. É impossível esquecer-te. Eu amava-te tanto, mas acho que nunca fui capaz de o mostrar realmente.
Recordar-te dói. Faz-me chorar. Fazes-me falta. Fazes-me falta para falar, para desabafar, para rir contigo. Para ver televisão contigo até de madrugada. Para fumar um cigarro contigo. Para almoçar, jantar... Contigo. Para dançar contigo. Tão bom que era! Fiquei sem par para dançar se quiser sair novamente para os nossos karaokes. Era tão bom quando estavas perto de mim. Porque é que a vida é tão injusta? Porque é que a vida te levou de mim? Para tão longe de mim? Tu não merecias. E tanto que eu pedi a Deus que te deixasse vivo por mais tempo para puderes conhecer o teu netinho... que tu tão doente naquela cama de hospital ficaste tão feliz em saber que ias ser avô pela primeira vez. Mas tu não resististe. Aquele bicho horrivel que vivia dentro de ti levou-te. E talvez quem sabe, e eu espero que sim, que te tenha levado para um lugar melhor. Sem mais dor nem sofrimento para ti. Custou tanto ver-te daquela maneira, pai. Custou tanto! Ainda hoje me custa. Ainda hoje tenho a certeza que foi injusta a tua morte. Tu não merecias, NÃO MERECIAS!
Espero que de onde quer que estejas me estejas a ver, e a tomar conta de mim e da mana. E deste bebé que também te pertence. E que eu queria tanto que tu visses, tocasses, conhecesses... Brincasses. Vou viver toda a vida com essa mágoa. Sempre.
Queria-te tanto aqui, pai. Tanto.
Queria tanto poder tocar-te mais uma vez, abraçar-te, beijar-te. Chamar-te pai. Ouvir chamares-me filha. Adorava que voltasses para mim, para nós...
A vida é tão injusta... Tão injusta...
Espero-te bem.
Com muita saudade, da tua filhota...

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